Tudo bem, vamos entender a comemoração no
fim da partida em que o Brasil, pentacampeão mundial, venceu, com sofrimento, a
Coréia do Norte, dona do nem um pouco valorizado 106º lugar no Ranking da Fifa.
Elano exibia o sorriso envaidecido por ter marcado o segundo gol. Felipe Mello
procurava as câmeras de tv para exultar seu sentimento de dever cumprido.
Abraços, tapinhas, “give me five”… Repito: nada mais justo que
compreendamos aquela hora de alívio. Tropeçar seria muito pior do que vencer,
apesar de jogar mal, na estréia. Dunga, porém, saiu rápido após o apito final
de Victor Kassai. Ele sabe que seu time não foi bem. E que, a partir de agora,
muito mais importante do que festejar, é hora de entender os erros, refletir
mudanças e rever a postura.
Não haverá mais norte-coreanos aplicados no
caminho do Brasil. Saem da rota da felicidade os rapazes de Kim Jong Hun e
passam a surgir como fantasmas o talento de Drogba e Cristiano Ronaldo, o
dinamismo de Raul Meirelles e a liderança misturada à cara de poucos amigos de
Ricardo Carvalho e Demel. Costa do Marfim e Portugal. Se o Brasil jogar contra
eles como no primeiro tempo da noite mais gelada da Copa, no Ellis Park,
viveremos um Deus nos acuda sufocante. Montanha-russa (ou roleta russa). Se a
postura for a do segundo tempo, quando a equipe cresceu, saiu do atoleiro,
passou a se movimentar (e a correr mais), nossas chances crescerão. E agora?
Que Brasil teremos domingo, no Soccer City, contra os africanos? O que nos espera?
Não é hora de caça às bruxas. Nem de buscar
culpados. O momento é de correções. Fingir que nada aconteceu e que tudo de
ruim da estréia terminou em beijos, abraços, tapinhas e “give me five” será a
pior das incoerências. O Brasil ganhou? Ótimo, que bom. A missão obrigatória
foi cumprida. Mas para seguir vencendo será preciso muito mais. E, não
esqueçamos, o frio continuará inclemente, a jabulani seguirá viva e os
adversários morderão ainda mais. Só o que (pode) mudar é o comportamento da
Seleção. Ou alguém acha bacana ganhar de 2 a 1 da Coréia do Norte? Com direito
a gol sofrido? O que você prefere?
(Texto extraído do blog do Lédio Carmona)
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