quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Os sinos dobram por Cláudio Feio Monteiro


No último dia 11 de setembro, Oriximiná perdeu Cláudio Feio Monteiro, um de seus mais ilustres cidadãos. Com sua morte, foi-se também um importante arquivo histórico.
Natural de Ponta de Pedras, Cláudio era um profundo conhecedor de todo o processo político e administrativo ocorrido na cidade desde a década de 1930, quando mudou-se para o município, vindo de Óbidos onde morava com a irmã e o cunhado, Doutor Laureano, então Juiz da Comarca.
Durante a cerimônia fúnebre não faltaram lembranças do jovem Cláudio, como zagueirão bom de bola e torneiro mecânico habilidoso que chegou a fazer escola em Oriximiná. Ouviam-se os amigos da pescaria, da época do Lions Clube, do qual foi grande ativista, e da Congregação Mariana, que fizeram questão de prestar suas homenagens ao velho companheiro em um velório simples e discreto, bem ao seu estilo.
Muitas foram as manifestações de pesar a família, sempre lembrando a postura frugal e profunda sensibilidade de Cláudio Feio, um conhecido amante da dança e violonista refinado que emprestou seus dotes a tantas damas as quais ensinou a tradicional valsa, e a filhos e netos a quem mostrou os primeiros acordes do violão.
Na vida pública, Cláudio Feio entrou em 1946, a convite do então prefeito Cazuza Guerreiro, e ao lado de sete prefeitos consecutivos esteve à frente da pasta de finanças e outras funções estratégicas na Prefeitura de Oriximiná, onde sempre foi figura influente nas decisões administrativas de sua época , ma s e v i t ou com veemência o envolvimento direto com a política partidária. E ele se orgulhava de dizer que “naquele tempo as eleições eram muito mais limpas e conscientes”.
De São Paulo, o ex-prefeito e ex-deputado João Augusto, com quem trabalhou, ligou para a família e fez questão de ressaltar a seriedade e retidão de seu auxiliar contábil: “Foi sem dúvida um dos maiores exemplos de profissionalismo que conheci, um ser de conduta irretocável que deixa uma grande lição de desapego e obriedade”, afirmou João.
Em reconhecimento a trajetória profissional de Cláudio, que foi s e c r e t á r i o d e f i n a n ç a s, tesoureiro e contador, prefeito substituto e até juiz de paz, a Câmara Municipal enviou votos de condolência aos familiares.
Parte um homem de bem, um grande profissional, um honrado pai de família, mas acima de tudo um exemplo de vida às futuras gerações. E com mais esta perda, pouco a pouco, esvaem-se as autênticas referencias históricas de Oriximiná, mas o exemplo fica e merece ser lembrado.


* 17 de abril de 1915
Cláudio Feio Monteiro
+ 11 de setembro de 2009


***Texto publicado por Alberto Juliê.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Vereador Zequinha humilha colega de partido em sessão na CMO

Em sessão realizada no dia 16 de setembro, quando foi colocado em pauta pela Mesa Diretora da Câmara o parecer que trata do projeto de resolução sobre a proibição de contratação de parentes dos vereadores na CMO, caracterizando o nepotismo, o que se viu foi um verdadeiro embate entre o vereador e líder do PTB, Zequinha Calderaro, e o presidente Antônio Odinélio Tavares Júnior.
Zequinha, alegando ser profundo conhecedor do regimento da CMO, questionou dizendo que o prazo para votação já havia ultrapassado, portanto, se tratava de um ato ilegal. Ao pedir apartes, o parlamentar argumentava sobre assuntos que não condiziam com a questão em pauta e foi repreendido pelo presidente Ludugero Júnior que advertiu que cassaria sua palavra.
O ato do presidente levou o vereador à tribuna para um d i s c u r s o c h e i o d e complexidades: “Há tempos o presidente desta casa quer me fazer calar”, disse. A imprensa, o presidente Ludugero Júnior explicou que sua atitude não foi de ditador, e deixou claro que todos têm o livre arbítrio para concordar ou não com os projetos apresentados na Casa. “Estamos numa democracia, não vejo problema nas discordâncias que existem na atividade parlamentar, mas atentar contra a Mesa Diretora é proibido pelo regimento e serei obrigado a cassar a palavra de quem o fizer”, enfatizou.
Dando segmento à votação do parecer, o presidente solicitou que quem não concordasse ficasse de pé, caso contrário permanecesse sentado. Nesse momento, o vereador Zequinha Calderaro, num ato ditador e desrespeitoso, ordenou que seu colega de partido, Arnaldo Gemaque, votasse contrário. Arnaldinho, desajeitado e com vergonha, numa atitude tragicômica, levantou-se de forma indecisa e cumpriu a ordem de seu líder partidário.
A revolta foi imediata, o vereador Rosivaldo Costa (DEM), disse que nunca viu um ato dessa natureza na CMO, e mais: “O vereador Zequinha acabou de chamar o presidente de ditador e afirmou que estamos em uma democracia, no entanto ordenou que outro vereador o acompanhasse na votação. Isso por que ele é apenas líder de partido, imaginem se fosse líder desta Casa. Estou com pena do vereador Arnaldo”.

Joel El Shaday, também comentou a humilhação passada por Arnaldinho e resumiu dizendo que era uma grande hipocrisia o que havia presenciado, referindo-se à atitude de atitude de Zequinha, e complementou: “Cuidado vereador, pois um dia a máscara cai!”.

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Toninho Picanço, se dirigiu a Arnaldinho que subscreveu o parecer, dizendo: “Creio eu que vossa excelência não cometeria deliberadamente um ato anti-regimental, mas no momento em que subscreve o parecer e vota contrário, é complicado”, acrescentou.O parecer foi aprovado pela maioria. Arnaldinho foi à tribuna visivelmente constrangido e irritado, e disse seguiu uma determinação do partido. O interessante é que há pouco mais de dois anos, o PTB expulsou de sua legenda o próprio vereador Zequinha que hoje o defende com unhas e dentes, por não ter cumprido uma determinação partidária. Na época, o vereador questionou a mesma postura ditatorial por parte do presidente do partido.