quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Dilma pode mudar perfil das eleições


   A eventual vitória já no primeiro turno da candidata do PT à sucessão presidencial, Dilma Rousseff é, hoje, uma das principais apostas de cientistas políticos entrevistados pela Agência Estado. Na avaliação desses especialistas, é pouco provável que algo interfira na tendência de vitória da petista no dia 3 de outubro. Além disso, eles acreditam que a ascensão de Dilma nos principais colégios eleitorais do País, como tem mostrado as últimas pesquisas de intenções de voto, poderá gerar mudanças no perfil atual das eleições estaduais, em benefício dos candidatos apoiados pela petista.
   O especialista em pesquisa eleitoral e em marketing político Sidney Kuntz aponta que o cenário para a vitória da candidata do PT em primeiro turno é ainda mais favorável do que foi o de 1998, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi reeleito também em primeiro turno. Naquelas eleições, o tucano venceu em 5 dos 7 maiores colégios eleitorais do País, perdendo apenas no Rio de Janeiro e no Rio Grande no Sul. A pesquisa Datafolha mostrou que Dilma está na frente de seus concorrentes em todos esses Estados. “Só um escândalo ou algo realmente convincente, que faça com que os eleitores pensem que ela não merece a confiança deles, pode tirar a vitória da Dilma”.

VANTAGEM - Kuntz explicou ainda que, desde as eleições de 1989, nenhum candidato à sucessão presidencial que apresentou no final do mês de agosto a vantagem que Dilma tem registrado nas últimas pesquisas de intenções de voto perdeu uma eleição. A consolidação de uma eventual vitória, de acordo com o especialista, deve levar a petista a direcionar a munição nos próximos dias para Estados onde existe a possibilidade do PT sofrer derrotas nas urnas. O gesto pode, segundo ele, modificar o quadro eleitoral estadual, com chances dos candidatos apoiados pela petista capitalizarem parcela do seu crescimento.
   O cientista político Humberto Dantas, conselheiro do Movimento Voto Consciente, atribui o crescimento de Dilma à capitalização (pela candidata) da popularidade do presidente Lula. O analista observa que, após dez dias do início do horário eleitoral gratuito, a candidata conquistou os votos dos eleitores que diziam não saber em quem votar e arrebatou uma parcela do apoio daqueles que votariam no candidato do PSDB na disputa, José Serra.
    O cientista político Marco Antonio Carvalho Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), endossou a tese de que o cenário atual é mais favorável a uma decisão em primeiro turno e observou que apenas “algo fora do padrão” poderia ameaçar uma eventual vitória da candidata petista. “As pesquisas apontam que Dilma cresceu sobre os eleitores do Serra, principalmente depois do horário eleitoral gratuito”. (AE)

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