terça-feira, 25 de maio de 2010

Presos se rebelam e causam tumulto na delegacia de Oriximiná


O Juiz negociou
com os presos rebelados
    Terça-feira,25, três presos de justiça se rebelaram 
causando tumulto e pânico nas carceragens 
da delegacia de Oriximiná, por quase quatro horas.
Os elementos de alta periculosidade Fabrício, Francisco Soares Barbosa, o Telo e Márcio dos Santos, este último chefe do motim, agrediram outros detentos que se recusaram a participar com eles do motim.

   Segundo a delegada Andreza de Souza tudo começou quando os três diante da recusa de outros começaram então a agredi-los. “De posse de um cabo de vassoura tentaram furar outros presos como não conseguiram eles pegaram o motor de um ventilador e tentaram quebrar o cadeado da cela onde estavam”, disse a delegada.  Mas a  polícia agiu rápido  e passou para outras celas os presos que estavam sendo ameaçados pelos três e mesmo assim, eles continuaram a rebelião.
  
 Temendo perder o controle da situação, a delegada, pediu a presença do juiz Francisco Coimbra, o promotor Paulo Sérgio da Cunha Morgado Júnior e a polícia militar, que imediatamente começou-se então as negociações com os detentos rebelados.  Os três ofenderam verbalmente a delegada Andreza e fizeram acusações contra ela.
Após ouvir as reivindicações dos rebelados o juiz Francisco Coimbra,  acatou o pedido da delegada para colocar os presos em celas separadas e foi nesse momento que eles se recusaram à deixar suas celas. Os policiais militares comandados pelo I Tenente Helder adentraram a carceragem e começou então uma luta corporal entre detentos e os policiais. Márcio, o mais exaltado teve que ser algemado para poder ser colocado na outra cela, isso depois de se ouvir gritarias dos presos que diziam que estavam sendo agredidos pelos policiais. A luta durou cerca de dez minutos.

  Segundo a delegada Andreza de Souza, a delegacia está com um número de presos acima do que comporta, mas que não justifica as ações que ocorreram na noite de terça-feira.. “O número de presos é desproporcional às celas como também o número de policiais que fazem a guarda deles”, enfatiza a delegada. Ela ressalta que a custódia desses presos é da SUSIPE – Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado Pará, mas diz que o Estado não oferece aparato necessário para que esses presos possam ser removidos para um sistema prisional adequado. A permanência desses presos na delegacia de Oriximiná, é um ônus que tem que ser arcado com o município, as polícias civil e militar.

ACUSAÇÕES CONTRA A DELEGADA - Sobre as acusações feitas pelos rebelados de que ela privilegia alguns presos e outros não, Dra. Andreza se diz surpresa com tais acusações, haja vista que, sempre procura tratar á todos da melhor maneira possível, com boa alimentação e inclusive com banho de sol, mesmo sabendo que a delegacia não oferece condições adequadas para realizá-las. “Aqui não há privilégios por que não tem como oferecê-lo, a gente faz o que é necessário, até por que nem é nossa incumbência cuidar deles”, diz. 
A pedido da delegada os policiais permaneceram na delegacia durante a noite e no dia seguinte solicitou novamente a transferência deles para Itaituba ou Santarém.

   Para o juiz Francisco Coimbra, a desavença interna entre eles gerou toda essa problemática, mas ressalta que Márcio,  chefe do motim já foi sentenciado e já deveria portando, ter sido removido para uma unidade prisional de maior segurança. “Diante do fato de está preso eles estão fazendo outras reclamações que vamos verificar se tem procedência ou não”, diz o magistrado. O juiz ressaltou que  fez visita a visita carcerária no dia 24 e todos disseram que estava tudo bem e que se surpreendeu com a rebelião onde eles fizeram inúmeras reivindicações, dizendo o oposto do dia anterior. O juiz lamenta que o sistema prisional do Estado esteja nessa situação, mas reiterou não ser um privilégio somente do Pará, mas de todo o país. “A gente fica aguardando a boa vontade do Governo do Estado através da SUSIPE, tomar alguma providência para que esse preso seja transferido e nesse meio termo acontecem essas pequenas rebeliões como foi hoje. O judiciário está fazendo sua parte”, finalizou.
   Na delegacia de Oriximiná há 25 presos de justiça e nenhum deles está encarcerado há mais  de três meses.

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