O Juiz negociou com os presos rebelados |
Os elementos de alta periculosidade Fabrício,
Francisco Soares Barbosa, o Telo e Márcio dos Santos, este último chefe do
motim, agrediram outros detentos que se recusaram a participar com eles do
motim.
Segundo a delegada Andreza de Souza tudo começou quando os três diante da recusa de outros começaram então a agredi-los. “De posse de um cabo de vassoura tentaram furar outros presos como não conseguiram eles pegaram o motor de um ventilador e tentaram quebrar o cadeado da cela onde estavam”, disse a delegada. Mas a polícia agiu rápido e passou para outras celas os presos que estavam sendo ameaçados pelos três e mesmo assim, eles continuaram a rebelião.
Temendo perder o controle da situação, a delegada,
pediu a presença do juiz Francisco Coimbra, o promotor Paulo Sérgio da Cunha
Morgado Júnior e a polícia militar, que imediatamente começou-se então as
negociações com os detentos rebelados. Os
três ofenderam verbalmente a delegada Andreza e fizeram acusações contra ela.
Após ouvir as reivindicações dos rebelados o juiz
Francisco Coimbra, acatou o pedido da
delegada para colocar os presos em celas separadas e foi nesse momento que eles
se recusaram à deixar suas celas. Os policiais militares comandados pelo I Tenente
Helder adentraram a carceragem e começou então uma luta corporal entre detentos
e os policiais. Márcio, o mais exaltado teve que ser algemado para poder ser
colocado na outra cela, isso depois de se ouvir gritarias dos presos que diziam
que estavam sendo agredidos pelos policiais. A luta durou cerca de dez minutos.
Segundo a delegada Andreza de Souza, a delegacia está
com um número de presos acima do que comporta, mas que não justifica as ações
que ocorreram na noite de terça-feira.. “O número de presos é desproporcional
às celas como também o número de policiais que fazem a guarda deles”, enfatiza
a delegada. Ela ressalta que a custódia desses presos é da SUSIPE –
Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado Pará, mas diz que o Estado
não oferece aparato necessário para que esses presos possam ser removidos para
um sistema prisional adequado. A permanência desses presos na delegacia de
Oriximiná, é um ônus que tem que ser arcado com o município, as polícias civil
e militar.
ACUSAÇÕES CONTRA A DELEGADA - Sobre as acusações
feitas pelos rebelados de que ela privilegia alguns presos e outros não, Dra.
Andreza se diz surpresa com tais acusações, haja vista que, sempre procura
tratar á todos da melhor maneira possível, com boa alimentação e inclusive com
banho de sol, mesmo sabendo que a delegacia não oferece condições adequadas
para realizá-las. “Aqui não há privilégios por que não tem como oferecê-lo, a gente
faz o que é necessário, até por que nem é nossa incumbência cuidar deles”, diz.
A pedido da delegada os policiais permaneceram na
delegacia durante a noite e no dia seguinte solicitou novamente a transferência
deles para Itaituba ou Santarém.
Para o juiz Francisco Coimbra, a desavença interna
entre eles gerou toda essa problemática, mas ressalta que Márcio, chefe do motim já foi sentenciado e já
deveria portando, ter sido removido para uma unidade prisional de maior
segurança. “Diante do fato de está preso eles estão fazendo outras reclamações
que vamos verificar se tem procedência ou não”, diz o magistrado. O juiz
ressaltou que fez visita a visita
carcerária no dia 24 e todos disseram que estava tudo bem e que se surpreendeu
com a rebelião onde eles fizeram inúmeras reivindicações, dizendo o oposto do
dia anterior. O juiz lamenta que o sistema prisional do Estado esteja nessa
situação, mas reiterou não ser um privilégio somente do Pará, mas de todo o
país. “A gente fica aguardando a boa vontade do Governo do Estado através da
SUSIPE, tomar alguma providência para que esse preso seja transferido e nesse
meio termo acontecem essas pequenas rebeliões como foi hoje. O judiciário está
fazendo sua parte”, finalizou.
Na delegacia de Oriximiná há 25 presos de justiça e
nenhum deles está encarcerado há mais de
três meses.
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