Abandonados pelo Estado professores do Ensino Médio em Oriximiná continuam greve que já dura onze dias

Uma das salas do Nicolino,
carteiras danificadas e o piso esburacado

 Desde o dia 17,  professores das escolas de ensino médio de Oriximiná Padre José Nicolino de Souza e dr. Almir Gabriel  estão em greve por tempo indeterminado.  

As razões segundo a comissão de greve são inúmeras, à começar pelo descaso com que a Seduc trata os profissionais da educação do município.

    No início do ano esteve em Oriximiná o vice-governador, Odair Corrêa juntamente com uma comitiva para anunciar investimentos que o Governo do Estado faria na educação do município, cujo valor, seria de sete milhões de reais. Mais de novecentos mil seria destinado somente para a reforma do Nicolino.

    O anúncio foi feito na Casa da Cultura pela representante da Secretaria de Educação, Amujacy Brilhante que explicou detalhadamente como seria dividido esse montante que incluía a construção de três escolas nas aldeias indígenas, transporte escolar para a zona rural, a construção de uma escola técnica profissionalizante, a contratação de novos profissionais para a área educacional e a tão sonhada e esperada reforma da escola Padre José Nicolino de Souza. Quase seis meses depois, o Nicolino está abandonado pelo governo e está prestes à desmoronar, às traças e precisa urgente de reforma.

    Segundo a professora Vânia Oliveira, foi criada uma comissão formada por professores do Almir Gabriel e Nicolino e que a adesão à greve é um marco em Oriximiná, haja vista que todas as paralisações que acontecem no Estado, Oriximiná é como se não  existisse por que nunca aderiu nenhum movimento nesse sentido, diz a professora. “Aderimos a greve por que já chegamos ao caos, não temos a menor condição de continuar trabalhando diante do descaso que estamos sendo tratados por esse governo, e estamos sim apoiando o movimento que foi deflagrado pelo Sintep – Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Pará”, enfatiza.   Ela conta que a problemática das escolas não se restringem somente a situação caótica em se encontra a estrutura física do Nicolino, mas uma série de fatores como; a defasagem salarial, que segundo dados fornecidos pelo Sintep, só as perdas ultrapassam 50%, o PCCR – Planos de Cargos e Carreira e Remuneração que foi bastante modificado pela Governadora Ana Júlia Carepa e enviada à Assembléia Legislativa.

DESCASO TOTAL - A professora diz ainda que em todo o Estado, os apelos que são feitos em torno da educação é por melhorais nas estruturas físicas das escolas. “O Nicolino está acabado, falta cadeiras, ventiladores danificados, o piso está danificado, paredes que necessitam de pintura e tivemos que paralisar as aulas numa sala por que a parede está balançando”, diz a professora revoltada. Devido a falta de assistência do Estado para com as duas escolas é mais fácil dizer que não há mais nenhum vínculo ligando as duas, ou seja, não há nenhuma demonstração de modificar a atual situação é que preocupante. A única verba que as escolas tem recebido foi o fundo rotativo em que o valor é de seis mil e cinqüenta reais, para o ano todo e no Nicolino são mais se seis mil alunos. A professora diz que não dá para fazer nada com esse valor.

   No Almir Gabriel a situação é também complicada embora a estrutura física do prédio seja melhor que a Nicolino, há outros problemas como; a falta de professores em várias disciplinas, ventilação nas salas, pessoas para trabalhar no laboratório, paredes com rachaduras, enfim há problemas demais nas duas escolas. Segundo a comissão nenhum dos governos municipal e estadual procurou as duas escolas para oferecer  qualquer tipo de ajuda.

   Apesar da paralisação, a comissão de greve garantiu que o conteúdo programático será cumprido religiosamente.