A problemática do lixão em Oriximiná é uma novela que
já teve vários capítulos e com atores diferentes cada vez que vem à tona. Desta
vez, Seinfra e Conselho Tutelar divergem sobre a real situação do lixão onde
famílias sobrevivem com o que catam todos os dias.
Segundo o Secretário de Infraestrutura, Alfeu
Carpeggiani, a Seinfra cuida do lixão para mantê-lo da melhor maneira possível,
ou seja, a empresa responsável pela coleta faz tudo corretamente. Sobre os rejeitos
do matadouro, o secretário diz que é aterrado
no quilômetro 15 adequadamente.
no quilômetro 15 adequadamente.
Sobre os catadores de lixo, Carpeggiani diz que é um
número de 13 que tiram do lixão o meio de sobreviver e inclusive uma senhora
que faz carvão e colhe o lixo já tem bens adquiridos desse trabalho. “Essa
senhora tem uma fonte de renda boa em detrimento desse trabalho que provem do
lixo, isso não é crime”, diz. Sobre as crianças que os pais levam para o local
que é impróprio para qualquer pessoa, o secretário reitera que é problema do
Conselho Tutelar que é o responsável e sabe como aplicar a lei. “O conselho
sabe como tomar as medidas cabíveis, essa incumbência não é da alçada da
Seinfra”, diz ele. Carpeggiani termina disparando sua metralhadora giratória
contra o Conselho onde afirma que tem crianças na ruas bebendo, usando drogas,
se prostituindo e que mesmo sabendo que é a responsabilidade por essas crianças
é da sociedade, mas quem deve fiscalizar é o Conselho Tutelar que ganha para
isso, e não ficar fazendo politicagem com a problemática do lixão.
A conselheira tutelar Marcilete Filizolla, diz que em
nenhum momento o conselho acusou a Seinfra de compartilhar com a situação, mas
discorda com a afirmação do secretário que diz que tem pessoas que vivem do
lixão e estão bem. “Dizer que tem pessoas que se mantêm catando lixo é um
absurdo, é irresponsável, é querer incentivar outras pessoas a fazer o mesmo”.
Ela conta que recentemente foi ao, local e encontrou uma mãe que levava as seis
crianças, que deixavam de ir à escola para catar lixo. Imediatamente, o
conselho encaminhou-os ao Creas que é a rede de proteção que o município dispõe
para dar o atendimento necessário às essas famílias. Mas a conselheira sabe que
outras famílias vão catar lixo e que também levam os filhos deles que se
recusam a sair de lá. “Uma outra situação tivemos que chamar a polícia para que
uma outra família deixasse o local”, explica Marcilete. Numa conversa com a mãe
ela explicou sobre o risco que estão se submetendo de contrair doenças. Na mesma
família havia uma criança com feridas no braço, o conselho encaminhou ao médico.
Nossa reportagem foi ao local e conseguiu conversar
com um homem que também estava com a família que se evadiu no mato quando
percebeu a nossa câmera. O homem que tem 42 anos, disse que cata lixo por que
não tem emprego e nenhuma outra opção. “Não quero ver meus três filhos com
fome, então venho para o lixão”, desabafa. Questionado o porquê de trazer os
filhos menores, ele diz que não tem com quem deixá-los, pois está separado da
esposa.
Um autoridade de saúde que pediu para não ser
identificada, diz que é preciso agir rápido e mudar essa situação.
Sobre a construção de um aterro sanitário, oO
secretário diz ainda que a prefeitura ainda não o construiu no quilômetro 15,
por que esbarra na burocracia da Sema que todos os anos envia técnicos para
Orixminá e nada resolvem. A Sema se defende dizendo que pelo fato do lixão está
dentro do município, não responde pelo assunto.
A verdade é que enquanto as autoridades responsáveis não
tomam uma atitude, o número de pessoas que vivem do lixão só aumenta.
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