O confronto no Pará foi a única disputa por governo estadual entre PT e
PSDB no segundo turno. Governador de 2003 a 2006, Jatene defendeu na campanha
realizações de seu governo, como construção de hospitais regionais e de um
centro de eventos em Belém.
O tucano também procurou explorar supostas falhas da administração de
Ana Julia. Apontou, por exemplo, incompetência da gestão no fato de Belém ter
perdido para Manaus (AM) a disputa para ser sede da Copa 2014.
Jatene começou a ganhar o status de favorito no estado quando Ana Júlia
perdeu o apoio do PMDB, que é comandado no estado pelo deputado federal Jader
Barbalho, que disputou o Senado e teve a candidatura barrada pela Lei da Ficha
Limpa.
O PMDB lançou o candidato Juvenil, que foi secretário da Casa Civil de
Barbalho na década de 80. Ele ficou em terceiro lugar. Apesar de o PMDB ter se
declarado neutro no estado na disputa do segundo turno, Juvenil manifestou
apoio a Jatene e disse representar o sentimento de “90% dos filiados” ao
partido.
Jatene nasceu em Belém (PA) e tem 61 anos. Atuou como músico e ator
antes de entrar na política. Graduou-se em economia e passou a lecionar na
Universidade Federal do Pará. Foi secretário geral dos ministérios da
Previdência e da Reforma Agrária no governo José Sarney (1985-1990). Trabalhou
no primeiro governo de Barbalho (1983-1987) e nas duas gestões do ex-tucano
Almir Gabriel (1995-2002).
Declarou à Justiça Eleitoral possuir R$ 6 milhões em bens. Eleito por
coligação de seis partidos, entre eles o PPS e o DEM, o tucano focou seu discurso
na necessidade do estado elevar o ritmo de seu desenvolvimento econômico.
Prometeu ainda tratar saneamento básico como uma de suas prioridades. Defendeu
uma gestão responsável em relação aos gastos públicos e garantiu ter deixado as
contas do Pará em dia ao passar a administração para Ana Júlia.
Diferentemente da campanha do primeiro turno, de tom mais ameno, a
disputa do segundo turno no Pará teve troca de acusações na reta final.
Coordenadores das campanhas de PT e PSDB chegaram a brigar após um debate na
TV. Enquanto Ana Julia procurava federalizar a campanha e afastar a imagem de
líder distante da população, a propaganda de Jatene explorou o sentimento de
vitória sugerido pelas pesquisas e exibiu imagens dos tucanos Aécio Neves e
José Serra.
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